Empresários portugueses buscam parceiros locais

Com a economia portuguesa estagnada, empresas lusas estão em busca de outros mercados para manter os negócios, e o Brasil é a bola da vez. Duas empresas portuguesas da área de construção civil, que participaram do V Seminário de Oportunidades de Negócios Bahia/Portugal, promovido pela Câmara Portuguesa de Comércio na Bahia, de 18 a 20 de outubro, no Vila Galé Mares, procuram parceiros locais para se instalar no País. Uma delas é a Seth, constituída a partir da empresa dinamarquesa Højgaard & Schultz, e tida como um das principais em obras marítimas e referência internacional em engenharia costeira e portuária.

“Como Portugal está parado, precisamos montar negócios em outros países e acreditamos ter oportunidades no Brasil no setor de infraestrutura portuária“, frisa Manuel Garcia, um dos sócios da Seth, que tem filiais e obras em Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-Conacri.

Outra empresa em busca de parceiros locais é a Tomás de Oliveira, Empreiteiros, a mais antiga construtora portuguesa, com mais de 100 anos de mercado. Com sucursal em Angola, Abu Dhabi e Moçambique, a Tomás de Oliveira tem obras na Argélia, Marrocos e até na Alemanha. A empresa, voltada para construção civil, industrial e obras públicas, foi responsável, por exemplo, por um dos pavilhões da Expo’98, além da segunda fase do Aeroporto de Lisboa.

Hotelaria – Três grupos portugueses também pretendem implantar na Bahia uma escola de hotelaria. “Os cursos terão foco na formação de mão de obra de nível médio a exemplo de recepcionistas, camareiras, cozinheiros e garçons”, ressalta o presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, seção Bahia, Antônio Coradinho, que está intermediado as negociações e coordenou o V Seminário de Oportunidades de Negócios Bahia/Portugal. Segundo Coradinho, os nomes dos grupos ainda não podem ser divulgados, mas a expectativa é que o negócio seja confirmado em novembro.

Críticas – Mas empresas que já se instalaram no Brasil alertam: o Brasil não é um investimento de curto prazo, não é nenhum El Dorado. É preciso trabalhar, frisa Paulo Carvalho, diretor da Alves Ribeiro, empresa voltada para a construção pública e privada. Instalada na Bahia desde janeiro, através de uma parceria com empresa local Produman, a Alves Ribeiro ganhou licitação para construir o Aeroporto de Florianópolis, e planeja atuar em gestão imobiliária na Bahia.

Participante do V Seminário de Oportunidades de Negócios Bahia/Portugal, Carvalho aproveitou o evento para criticar a burocracia brasileira. “A contabilidade no Brasil é muito complexa. Se o Brasil quiser ter engenheiros portugueses qualificados tem que facilitar a entrada desses profissionais“, acentuou.

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