Economia brasileira deve recuar no primeiro trimestre, diz chefe do Banco Central

A desaceleração econômica do Brasil no final do ano passado se espalhou para este ano, tanto que há uma “probabilidade relevante” de que a economia tenha contraído um pouco no primeiro trimestre, disse o presidente do banco central, Roberto Campos Neto, na quinta-feira.

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Repetindo a linguagem quase literal usada na ata da última reunião do banco, Campos Neto disse em depoimento aos legisladores que os riscos de inflação continuam equilibrados, mas alertou que altos níveis de folga na economia podem levar a uma inflação menor do que o previsto.

Os possíveis impactos da Reforma da Previdência na economia

O esforço do Brasil para reformar seu oneroso sistema de seguridade social é um passo positivo para a cura das finanças públicas e da economia, mas não é suficiente para estabilizar a dívida pública ou desencadear uma revisão positiva do rating de crédito do país, disseram diretores da agência de classificação Fitch.

Falando em um evento da Fitch em São Paulo, Shelly Shetty e Rafael Guedes, da Fitch, disseram que a incerteza sobre a aprovação do projeto pela reforma da previdência representa o maior risco para a economia brasileira, que eles esperam crescer menos de 2% este ano.

“Quando analisamos as reformas, não há cenário em que mesmo as melhores propostas levem a uma estabilização da dívida do Brasil ao longo do tempo”, disse Guedes, diretor executivo da Fitch no Brasil.

“A reforma previdenciária é a mais importante, é a mãe das reformas, mas não é suficiente para elevar o Brasil a um nível de estabilização da dívida ou mesmo a uma revisão de rating positiva”, disse ele.

A Fitch cortou o rating de crédito do Brasil para BB- ​​do BB em fevereiro do ano passado, colocando-o mais fundo em território sem grau de investimento – ou “lixo” -. Afirmou que o rating em agosto do ano passado, elevando as perspectivas para “estável” de “negativo”.

Isso mantém o rating dos títulos soberanos do Brasil três degraus abaixo do grau de investimento, um nível que atrairia uma demanda maior dos investidores estrangeiros e ajudaria a reduzir os custos dos empréstimos.

A economia do Brasil não conseguiu se recuperar da recessão de 2015-16, e o crescimento deste ano será prejudicado pelo aprofundamento da incerteza sobre o progresso do projeto de reforma da previdência no Congresso, disse Shetty, diretor de ratings soberanos da América Latina.

Esta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo cortará sua previsão de 2,2% para 1,5%, e economistas do Goldman Sachs e do Barclays reduziram suas perspectivas para 1,2%.

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