Economistas cortam projeções para taxa de juros Selic no Brasil

Economistas reduziram suas projeções para a taxa Selic de referência do Brasil no final de 2019, mostrou uma pesquisa semanal do banco central na segunda-feira, depois que os políticos reduziram as taxas mais agressivamente do que a maioria esperava para uma baixa recorde na semana passada.

A redução da taxa Selic

Na quarta-feira, o banco central do Brasil reduziu sua taxa de referência em 50 pontos-base para 6,00%, em uma tentativa de injetar vida em uma economia moribunda e evitar que a inflação caísse muito abaixo da meta. Foi o primeiro corte de juros do banco desde março de 2018, após um progresso significativo nas reformas fiscais internas e uma política monetária mais frouxa no exterior.

Na pesquisa Focus semanal, a mediana de resposta de cerca de 100 analistas consultados pelo banco central disse que eles viram a Selic em 5,25% no final deste ano, abaixo dos 5,50% de uma semana atrás.

Os economistas mantiveram suas projeções de inflação mediana de 3,80% neste ano e de 3,90% em 2020. As medianas das projeções para o crescimento econômico e a taxa de câmbio para 2019 também permaneceram inalteradas.

A comparação com as gestões anteriores

O governo do Brasil, buscando acelerar a redução dos custos de financiamento do país, planeja fixar retornos em contas de poupança à taxa básica de juros do banco central, informou o jornal Valor Econômico nesta quinta-feira.

A presidente Dilma Rousseff planeja anunciar as mudanças nas regras das contas de poupança no final do dia, disse o Valor, sem dizer como obteve as informações. Sob a proposta, os contratos existentes entre titulares de contas de poupança e bancos não sofrerão nenhuma alteração.

O jornal disse que o plano visa vincular os retornos da poupança a 70% do nível da chamada taxa Selic, que agora está registrando uma baixa recorde de 9%. Os titulares de contas poderiam receber retornos equivalentes a 80% da Selic para contas de poupança abaixo de 50.000 reais (US $ 26.040).

“Haverá reuniões com o presidente hoje antes do almoço para finalizar os detalhes”, disse uma autoridade do governo à Reuters, em condição de anonimato. As chamadas feitas ao Ministério da Fazenda, com sede em Brasília, em busca de comentários sobre o relatório Valor não foram respondidas imediatamente.

Mudar as regras de poupança é uma questão politicamente carregada no Brasil, e o Valor disse que Dilma está discutindo a questão “com extrema cautela”. Milhões de brasileiros perderam suas economias após o ex-presidente Fernando Collor de Mello ter congelado contas em uma tentativa fracassada de controlar a inflação nos anos 90.

As poupanças no Brasil são isentas de impostos e pagam uma taxa fixa de juros de 0,5% ao mês mais uma taxa variável, o que eleva a taxa composta anual total a mais de 6% ao ano. A inflação nos últimos 12 meses até o final de março foi de 5,2%.

Se a Selic ficar abaixo dos atuais 9 por cento, os funcionários do governo se preocupam com a possibilidade de os investidores reduzirem os títulos federais vinculados à Selic para buscar retornos livres de impostos e mais constantes nas contas de poupança.

Dilma primeiro buscará as mudanças por meio de um decreto executivo, mas uma reforma completa do regime de poupança no Brasil teria que ser aprovada ou rejeitada pelo Congresso, informou o jornal.

 

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