Ações de graça? Entenda esse “presente” dado pelo Bradesco e pelas Lojas Renner

De graça? Difícil acreditar. Mas é a mais pura verdade. Para quem está mais habituado ao mundo dos investimentos, essa notícia nem é tão impactante. No entanto, para quem não é profundo conhecedor dessa área, pode parecer algo irreal.

A verdade é que é bastante comum que empresas que apresentem um bom faturamento, redistribuam parte do lucro em ações – além dos dividendos. Sendo assim, Bradesco e Renner entraram para o time das corporações que fazem isso e bonificaram acionistas com novas fatias de suas empresas.

Entenda melhor como funciona isso.

 

Como funciona a bonificação por ações?

Toda empresa que possui capital aberto, tem uma determinação específica sobre o pagamento de lucros obtidos dentro de um determinado período. O mais comum, é o que conhecemos como dividendos. Naturalmente, a cada vez que uma empresa vai fazer o pagamento de dividendos ao acionista, ela reverte uma parte do seu lucro a eles.

Normalmente, uma empresa costuma destinar parte do lucro ao reinvestimento. A outra, ela distribui aos acionistas, de acordo com a quantidade de cotas que ele possui. Isso está especificado nos estatutos da própria empresa, que determinam, inclusive, o valor máximo de dividendos que serão pagos.

No entanto, é possível que, além dos dividendos, a empresa redistribua uma parte de seus lucros através de bonificação em ações. É exatamente o que a Renner e o Bradesco fizeram. Isso significa que, de acordo com a quantidade de cotas que o acionista possuía previamente, ele receberá uma nova cota, aumentando a totalidade de suas ações.

 

Por que o Bradesco e a Renner fizeram algo assim?

Porque eles ganharam muito, simples assim. A lucratividade dessas duas empresas, no período vigente do ano de 2018, foi enorme. A Renner, inclusive, apresentou um crescimento de cerca de 40% em relação aos dados do ano anterior, 2017.

No entanto, esse não é o único motivo. Considere que as empresas continuam possuindo o mesmo patrimônio, mas, com a nova redistribuição de ações, o valor de cada uma sofreu alterações. A intenção final, das duas empresas, é melhorar a liquidez das ações, aumentando o número de transações de cotas e, consequentemente, subindo o seu valor.

O que se espera, portanto, é uma valorização das ações das duas empresas. Considerando que o faturamento das duas foi alto, isso as torna matematicamente mais atraentes aos possíveis novos investidores. Sendo assim, novos investimentos geram maior valorização das ações em questão.

 

Afinal, isso é vantajoso?

Essa é uma pergunta capciosa. Vamos fazer uma metáfora muito simplória, mas que te ajudará a entender como funciona essa nova redistribuição.

Imagine que os lucros destinados aos dividendos da Renner ou do Bradesco, hoje, são do tamanho de uma pizza. Você, como acionista, tem direito a uma fatia dessa pizza. Sabemos que não é assim, claro, mas você terá uma visualização melhor do cenário completo.

Quando há a redistribuição das cotas de ações, o tamanho da pizza continua o mesmo. No entanto, agora, ao invés de ela ser cortada em oito pedaços, ela passa a ser cortada em 16. Você, como acionista, passa a receber dois pedaços dessa pizza. Obteve vantagens?

Financeiramente, esse aumento da quantidade de ações não gera muito impacto, já que, o patrimônio inicial se manteve, mas as ações aumentaram. Logo, elas sofreram uma pequena queda em seu valor inicial. Porém, como você tem mais ações (pense na pizza, que agora são dois pedaços ao invés de um), a chance de você disponibilizar uma parte para venda é maior.

Isso é o que se chama de liquidez. O aumento das ações no mercado, tendo como pano de fundo uma empresa altamente rentável, aumenta as negociações da mesma. Com isso, há uma injeção de capital, que, consequentemente, gerará mais lucros. Aí, sim, é vantajoso.

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